Copyright © Uma longa história...
Design by Dzignine
sábado, 27 de agosto de 2011

Até uma próxima reencarnação

Sinto em lhe informar, mas você se interessou pela pessoa errada. Quando pensou já me conhecer o suficiente, certamente te surpreendi. Para pior.
Especialmente depois de expor tantas visões fúteis e generalizadoras sobre assuntos tão irrelevantes. Tentou se mostrar crítico, visionário, esperto... bom, dei boas risadas as suas custas.
Obrigada por me provar inúmeras vezes que não me conhece nenhum pouco, mesmo depois de todas as vezes que dividi contigo problemas, contando como me sentia, o que me afetava, o que eu gostava, como via a vida... você não soube aproveitar as fisgas, não soube tocar mais fundo. 
Você acaba de entrar oficialmente para a lista daqueles que tentam impressionar e agradar, mas o máximo que conseguem é ganhar ainda mais o meu desprezo.
Indiferença é minha característica marcante.
Evitar é uma arte.
Desculpe, mas têm dias que sou humanamente incapaz de ser gentil.


Texto por: Daniela P.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Gravidade

Me permiti acreditar que se tudo aconteceu tão súbito, deveria existir um motivo pra isso. Ninguém surge na sua vida dessa forma. E nem vai embora tão cedo da forma que foi. 
Eu só queria poder ir pra um bar sábado a noite e ficar abraçadinho com alguém que me fizesse espirar esperança. Que me fizesse dizer "agora sim!".
Agora sim eu posso ter a certeza de que não há melhor lugar para se estar. Eu não queria ter que pensar em mais ninguém. 
Atentei para conselhos de amigos para ir com calma. A vida é efêmera, mas decerto há tempo pra tudo. Não era o nosso tempo, nunca foi. O que começou com uma brincadeira permaneceu assim e acabou antes que a gente pudesse rir de verdade disso tudo e de como as coisas são. Antes de eu poder me mostrar por inteira pra que você pudesse concordar que existe um problema em ser eu mesma. Antes de um sábado a noite. Antes do bar. Antes do "agora sim".
Agora sim eu posso voltar a curtir meu momento frágil. Sem consciência pesada, sem ter que dar satisfações. Voltando a pensar em alternativas que me façam conseguir deixar de ser desapegada. Eu pedi tanto por isso, que me arrependo. 
Achava que talvez agora, devagarinho, eu conseguisse ocupar meu coração com algo além de vaidade e orgulho. Com algo bom, diga-se de passagem.
O "agora sim" pediu mais um tempo. 
"Espera, menina". Mas espera acreditando que vai chegar.


"Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo."
CFA
terça-feira, 23 de agosto de 2011

A única exceção

Outro dia te contei dos meus medos. De como temia sobre me deixar finalmente envolver com outro alguém e ter de abdicar de vários momentos, planos, pessoas. Você.
Sinceramente não me sinto a vontade pensando nisso tudo. Eu possuo uma postura muito reativa diante de possibilidades de mudanças repentinas e drásticas, mas só quando o assunto é você
Olha, não te pedindo em casamento e nem quero algo que lembre um relacionamento a dois. 
Só quero ter certeza que você sempre vai estar ali, por perto. Porque quando você vem, eu perco todos os medos que disse que tenho. Não me importo de você me achar meio boba, meio burra, meio estranha ou seja lá o que for. Com você, eu posso ser eu mesma, sem medo de você ir embora de repente como todo mundo faz.
E se você for, eu sei que volta. Você sempre volta.


Texto por: Daniela P.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Lei da sobrevivência


Durante uma das minhas aulas na faculdade, meu professor de fundamentos da administração e ética profissional, fez uma comparação curiosa; ao explicar o que significa uma organização, afirmou que todos nós somos uma. Decerto, somos. Organização, sucintamente, é um sistema que utiliza recursos para atingir um objetivo.
Acabo de descrever o papel da vida.
Utilizamos recursos, tangíveis e intangíveis, sendo eles o tempo, o espaço, o conhecimento... tudo em prol de um objetivo, envolvendo planejamento, eficiência e eficácia.
O que muitos esquecem, são que as pessoas possuam um papel fundamental para mover as organizações, sendo elas o elemento mais importante dentro do sistema. E há ainda aqueles que insistem em viver na auto suficiência...
O sucesso da organização, no entanto, é singular. Depende da capacidade de se enxergar de maneira diferente e mudar costumes e procedimentos arraigados em sua cultura.
Inflexibilidade é sinal verde para a falência. 
Afinal, os tempos mudam e adaptações são constantemente necessárias. 

Texto por: Daniela P.
domingo, 14 de agosto de 2011

Para o melhor pai do mundo...

Apesar de tudo que será escrito a seguir, sejam verdades incontestáveis, me desculpo antecipadamente por esperar o dia de hoje pra dizê-los, ainda que o mesmo tenha um caráter relativamente mais especial que os outros dias...


A pior parte de ter de crescer, é esquecer pequenos gestos praticados demasiado quando crianças. Gestos no qual são essenciais para a nossa existência em potencial. Não sei com os outros filhos, mas os anos vieram e levaram consigo atitudes vitais, que deveriam ser praticadas por mim até o presente momento. E são. Mas em silêncio. 
Demonstrações de carinho se perderam em estações intermediarias entre a vergonha e a ausência de espontaneidade. Sejam eles abstratos ou físicos.
Se acomodaram, se dissiparam, se esqueceram, se perderam. Despertaram, voltaram, cresceram, aconteceram.
Aos poucos, mas insuficientes.
Quantas vezes os gritos foram mais altos, os choros mais constantes, às portas fechadas. Lembrados com mais frequência que os raros beijos. Raros abraços. Raros bom-dias respondidos no mesmo timbre e entusiasmo. Raros almoços e jantares juntos à mesa. 
Lembro-me de diversas vezes que saiu e, ao demorar a retornar, tive meu sono ou paz interrompida. Tenho aptidão para imaginar o pior. Descobri que é hereditário. Uma doença chamada superproteção, conhece? 
Mesmo sabendo que às vezes protegendo demais a gente desprotege. Mas você nunca entenderá isso. Sobretudo sempre haverá alguém preocupado com a minha segurança. E com o meu futuro, com o meu conforto, com a minha sanidade, com o meu humor, com o que eu comi no café-da-manhã. E sempre vai perguntar se eu preciso de algo. Mesmo tendo um valor inestimável, sei que não descansaria até conseguir... e dormiria pensando em alternativas estratégias planos metas. E perderia o sono. No dia seguinte viria com palavras boas, fazendo valer o crédito. 
Eu posso perder a fé, mas você jamais perderia.
E constantemente me lembra das promessas que fez. E que vai cumpri-las.
A minha retribuição é, majoritariamente, sendo grossa, sem te olhar nos olhos, desmerecendo todo teu esforço em me fazer feliz.
Se há alguma forma digna de me desculpar por absolutamente tudo, o faço agora.
Saiba que te tenho como exemplo de vida por ter passado por tanta dificuldade sem quase nenhuma assistência. Perder tantas pessoas e coisas e ter que recomeçar tantas vezes, exige muita coragem e diligência. Algo que aprecio muito em você.
Aliás, o começo das muitas coisas que admiro em você, Senhor Luiz!
Eu te amo!
Feliz dia dos pais!

Texto por: Daniela P.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Ao infinito e além

Sabe, quando as coisas se encaixam?
Eu pedi tanto pra Deus, pra Ele me guiar por estes caminhos tortuosos e me livrar dessas pessoas ásperas que só sabem contar desgraça. E dizem que sabem o que é o momento no qual estou passando, mas dizem que não dura muito tempo. 
"Não sonha muito", escuto muito isso por aí. 
Ainda bem que não sou muito de dar bola pra "conselho".
Meus objetivos, agora, gravitam entre dois pólos: a possibilidade de acontecer mais cedo do que previa e a possibilidade de ter que esperar mais um pouco.
E independente de qual pólo ele esteja mais próximo, já me sinto como se tivesse conquistado o mundo! 
Melhor do que se sentir feliz, confiante, viva... é ver quem você ama, se sentir da mesma forma que você.


Texto por: Daniela P.
Foto: Beatriz G.
domingo, 7 de agosto de 2011

Dias assim

Existe um texto do Charles Chaplin que eu adoro que diz, em síntese, que nós somos responsáveis por escolher o tipo de dia que teremos hoje.
Desde que acordei não paro de escutar músicas melancólicas e até então venho curtinho uma fossa daquelas.
Escolhi permanecer assim.
Embora minha semana tenha sido inacreditável por ter acontecido tanta coisa boa num intervalo de tempo tão pequeno e não haja nenhuma razão para alimentar a tristeza, hoje eu resolvi parar pra me analisar.
E você não imagina quanta coisa tem fora do lugar...
Quanto sentimento meia-boca eu quero jogar fora. Só pra abrir espaço pra algo novo entrar. 
Renovar esses ares.
Eu ando sedenta por novidade e só me aparece gente igual. Ou aquelas pessoas tão sem nada a oferecer a ponto de você ter que dar uma desculpa só pra não vê-las mais.
Quando eu encontro alguém quase lá, o meu eu-mesma é tão energético, que acaba afugentando quem eu queria ter por perto. 
Mas aí eu que não soube cuidar e nem ir com calma. Porque eu acabo exigindo muito de todo mundo e esqueço como devo lidar com as pessoas.
E eu acabo esquecendo como é. Por me afastar. Por sumir. Por deixar pra trás.
Eu acabo esquecendo que as pessoas têm coração também. 
E não lembro de me desculpar e nem de me perdoar, por perder muita coisa assim, de graça.

Texto por: Daniela P.
sábado, 6 de agosto de 2011

Desperte

Tem gente que quer tanta coisa. Mas se vê fazendo pouco e pensam que fazem muito. Gente inflexível, que não está disposta a perder os medos, trabalhar as fraquezas... gente que atrasa a gente.
Me incomoda a falta de discernimento. 
Essa acomodação... achando que as coisas chegam na hora que têm que chegar. 
E chegam. Mas não pra quem não demostra pressa em tê-las.


Texto por: Daniela P.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Reencontros...

Depois de noites mal dormidas, muita ansiedade e uma briga com o relógio, finalmente chegou o "grande" dia. O dia do reencontro. 
Fazia muito tempo, ambos havíamos mudado e eu sinceramente não conseguia imaginar como poderia ser.
No caminho vim pensando em tanta coisa pra te falar, mas na hora só consegui ficar te olhando e me odiando por quase ter esquecido de traços tão seus. O jeito que seus olhos ficam claros contra a luz e como eles são lindos... 
Eu só conseguia sorrir, por poder sentir você de novo, e quase chorar, por ter que dizer adeus mais uma vez. Meu forte nunca será a despedida. Mas espero que haja muitos outros reencontros, muitos outros adeus... até que um dia estejamos próximos o suficiente para jamais ter de dizê-lo novamente.
Embora tenha sido tudo tão depressa, as lembranças parecem ser tão infinitas...
E valeu a pena.
Todos os segundinhos contados. 
Nem que fosse só pra te ver de bem longe, eu iria mesmo assim. Mesmo que só desse tempo de acenar... eu estaria lá.
Afinal, quando é que você tem certeza absoluta que apenas 20 minutos, salvariam as outras 23horas e 40 minutos do seu dia?


Texto por: Daniela P.