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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Moral da história - Parte I

Hoje, resolvi vir aqui falar de um filme que me fez entrar em êxtase ao assisti-lo. Falo do filme Rango, que trás muitos assuntos a serem analisados. O filme fala de um lagarto muito confuso, que age como um verdadeiro ator. Ele cai de um carro no meio de um deserto, acha uma cidade perdida no meio dela e passa a ser xerife dessa cidade por matar acidentalmente uma águia. Essa cidade precisa de água para sobreviver e no filme quase inteiro, o drama gira em torno dessa questão. Entre mentiras e atos corajosos, o filme te prende nos seus 103 minutos. Há vários diálogos curiosos e selecionei um que achei interessante.




No começo do filme, Rango "brinca" de atuar com seus companheiros de aquário:

A cortina sobe. Há uma ameaça no ar. Sozinha em seus aposentos, a princesa se prepara para tirar sua própria vida;
- é melhor ser alimento de vermes do que viver sem amor.
Ela pega o copo com veneno. 
E então, o maléfico Malvólio planeja usurpar o trono pois o pai dela está gravemente doente.
- Alto! quem vem lá?
- Sou eu! O tão esperado herói que veio resgatar sua dama emocionalmente instável! Deixem-na partir, inimigos da virtude ou sinta o gosto amargo da minha vingança! (...)

(Nesse momento Rango então se irrita com a falta de atividade ou movimento dos seus companheiros de cena que, ironicamente, são bonecos de plástico.)

- Como é, Victor? Meu personagem não está bem definido? Que absurdo. Eu sei quem eu sou. Eu sou o cara. O protagonista. O herói. Toda história tem um herói. Quero dizer, quem é mais qualificado para se deliciar com as adulações constantes dos seus inúmeros colegas? 
(pausa dramática)

A plateia aguarda. A audiência está sedenta por aventura.

- Quem sou eu? eu poderia ser qualquer um! Eu posso ser o lobo-do-mar que retorna de longa viagem para repor seu braço mecânico! Posso ser o antropólogo rebelde lutando contra pítons no Congo! E se você quiser romance, posso ser o maior amante que o mundo já conheceu! (...)

Ele reflete momentâneamente e chega a uma conclusão:

- É isso aí! Conflito! Victor, você estava certo! Eu estava indefinido!
Pessoal, eu tive uma epifânia! Os heróis, não podem existir no vácuo! Nossa história precisa de um evento inesperado que impulsione nosso herói para o conflito! (...)

E o desenrolar do filme começa. Durante o filme há vários momentos que me puseram a pensar, mas este do começo, em especial, me chamou muito a atenção. Fica óbvio que o pobre lagarto não se encontrou. Não sabe quem é e mal sabe como se chama. A partir daí, ele se re-inventa. Como ele faz a todo momento. A indecisão sobre quem ele é, só não é mais forte do que a vontade que tem de ser alguém. E isso é o que o torna definido no final do filme. É isso o que o leva bem longe, é o que o faz chegar na cidade e o faz ajudar tantas pessoas, mesmo que determinada parte da ajuda seja involuntária ou em meio a trapalhadas. Mesmo que ele se perca no caminho, ele se re-encontra no final, porque ele sabe o que quer e isso faz com que ele descubra o que é e para onde ir.
Isso é uma lição pra nós. Mesmo que você ache que tem um papel indefinido na vida, não se afogue nesse mar de dúvida. Lembre-se que você pode ser qualquer um. E se quiser ser o herói da sua própria vida, procure um evento que te impulsione para o conflito. Achando o evento, você se acha.
Não fuja da sua história!

(em breve, mais textos sobre Rango)


Texto por: Daniela P.

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