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sábado, 30 de julho de 2011

Soneto da vergonha


Pontos turísticos conhecidos mundialmente
A terra da felicidade aparente
Possui riquezas abundantes
Tomados pela corrupção constante

Aqui é lugar de um homem só
Onde sonhos se tornam pó
E a esperança se consome então
Juntamente com o futuro da nação

Ô ministério da saúde, transporte e educação
Olha pro povo tomado de aflição
Preocupados com os dias que virão

Convivendo com esse governo hostil
De política abstencionista e desonestidade sutil
Este, é meu Brasil!


Texto por: Daniela P.
segunda-feira, 25 de julho de 2011

Subitamente

Isso de felicidade não é mesmo nada durável. Se não houver uma força interior arraigada àquilo que é bom como forma de precaução, um eventual período de melancolia pode proporcionar danos em si mesmo e à quem está ao redor.
Sabe, hoje acordei de mau humor. Completamente cansada de tudo: de distribuir risinho vazio por aí, de fingir simpatia, de sempre dizer que está tudo bem. Cansei de não conseguir me apaixonar por ninguém; de não ter alguém dormindo do meu lado; cansei de esperar o dia seguinte ser melhor que o de hoje. 
Cansei de ser rodeada de pessoas mas no final das contas parecer não ter ninguém de fato. 
Cansei! Mas só por hoje...


Texto por: Daniela P.
domingo, 24 de julho de 2011

Destino: sucesso!

Se você é daqueles que planeja sua vida antecipadamente e minuciosamente, deve saber como é perturbador quando as coisas tomam outra trajetória. 
Nesse curto e inconstante tempo entre meu nascimento até agora - o que me atrevo a chamar de vida - fui forçada a aprender a lidar com troca de sonhos. Prazer pela necessidade. Amadurecimento imediato em detrimento do desfrute das coisas na ordem em que elas deveriam acontecer. Por exemplo, as etapas da consolidação de um "adulto" no sentido responsável da coisa, seriam os árduos estudos, a graduação e por fim, o trabalho. No meu caso, houve certas inversões. Me pediram pra ser adulta antes do que pensei. Sem hesitar, já me senti preparada, e aceitei. 
Que venham as oportunidades, as limitações, o medo, as portas fechadas, as segundas opções, as esperanças, as surpresas, os telefonemas, a insegurança, as entrevistas e tudo o que ela trouxer consigo. 
Já inserida nesse meio, me arrisquei a transformar a necessidade em prazer. Não tem trem super lotado e trânsito caótico que me faria desanimar. Por via das dúvidas eu entro num táxi e pego um atalho.
Destino? Sucesso!


Texto por: Daniela P.
terça-feira, 19 de julho de 2011

Sobre namoro


Todas as vezes que respondo não quando me perguntam se já namorei o espanto é inevitável. Pois é, tenho dezoito anos e sempre passei pelo dia doze de junho como se fosse um dia comum; sem comemorações e sem nada de especial.
O motivo pelo qual eu nunca quis me envolver tão seriamente com uma pessoa se dá por nunca ter sentido de verdade, no momento em que eu julgava certo, algo forte o suficiente.
Houve tempos que não estava disposta a deixar determinados amigos e hábitos.
Outras vezes meu sentimento por alguém era relevante, mas eu sempre achava que o cara poderia ser menos isso e mais aquilo. Bom, se eu não me sinto satisfeita por que eu ficaria com ele?!
Eu acho que gostar de verdade é isso. É quando você para de procurar o que falta e o que sobra; quando você para de querer que ele seja do jeito que você queria que fosse. Afinal, essa coisa de ficar padronizando tudo é uma perda de tempo. Ninguém no mundo é totalmente sincero e carinhoso e atencioso e paciente e compreensivo e explícito e seja-lá-o-que-for que você quer!
E antes que pensem, eu não sou exigente. Só não sou do tipo que prefere aprender a gostar no meio do caminho; eu preciso gostar muito antes de iniciar um relacionamento mas sem aquilo de ficar tentando mudar alguém.
Eu tenho uma maneira muito autosuficiente de ser, mas não significa que eu gostaria de passar por tudo sozinha. 
Eu preciso de alguém... mas tem que ser aquele alguém que não me faria querer mudar nada nele.
sábado, 16 de julho de 2011

Mude!


Um dia desses um amigo meu disse: "Por que você tá loira?? Eu preferia muito mais você morena..." Eu respondi que pelo menos agora as pessoas me notavam, me elogiavam e eu estava muito mais satisfeita comigo mesma. Daí ele perguntou o que eu tinha feito com o meu cérebro... 
Ora, o que há de errado em querer mudar? Em querer me sentir bonita?! 
Depois que mudei a cor do meu cabelo passei a me amar muito mais e eu nunca pensaria que uma simples tintura de cabelo poderia fazer isso comigo. Pra mim meus pequenos problemas emocionais só seriam resolvidos quando eu trabalhasse o que havia dentro de mim. E não é que a mechidinha do lado de fora foi o que amenizou toda aquela bagunça do interior...
Minha confiança voltou, meu astral melhorou e eu ando sorrindo mais do que de costume. 
Quando você se olha no espelho e se acha linda, é mais fácil outras pessoas te acharem também. Quando você se acha mais ou menos, adivinha só o que elas vão achar...

Texto e foto: Daniela P.
segunda-feira, 11 de julho de 2011

Prece

Meu Deus, não deixe que os erros do passado se tornem munições para discussões atuais. 
Não deixe que os gritos sejam superiores ao ideal. 
Dá-nos calma e paz interior.
Não suporto ter de pedir algo a alguém, e para ti não seria diferente. Mas nos dias de desespero como esse, tu és o único a quem posso e devo recorrer. 
Nas minhas orações o "por favor" aparece inúmeras vezes, mas não são as palavras em si que demostram a veemência das minhas súplicas, mas sim essas malditas lágrimas que insistem em cair. 
Me envergonho por não suportar as provações... 
Por eventualmente sentir minha cabeça latejar como se eu tivesse um milhão de problemas.
Me envergonho por ter uma fé aparentemente tão pequena e por manter um certo otimismo diante dos problemas alheios e não conseguir fazer o mesmo com os meus...
Ah Deus, me ajuda a passar por tudo isso. 
Achar soluções e me achar também.


Texto por: Daniela P.
sábado, 9 de julho de 2011

É pra ser ou não?

Será que algumas coisas foram mesmo feitas para durar? 
Eu acredito em destino, em intervenção divina, acredito que nossa história é escrita até o cabo no dia em que nascemos. Mas será que alguns momentos de obstinação fazem parte de tudo isso ou somos apenas nós tentando intervir na nossa própria vida que, de acordo com as minhas crenças, já está traçada?
Eu já entendi que certas coisas são impossíveis de compreender, mas ao mesmo tempo, é impossível não pensar naquilo que constantemente te incomoda pelo fato de não ter explicações simples.
Me incomoda o fato de praticar sucessivas tentativas de ter um bom relacionamento com determinadas pessoas, mas ver sempre nossas realidades tão paralelas. É pra ser ou não? 
Nós vamos finalmente concordar que somos dois completos idiotas tentando achar uma razão, um defeito e um desacordo pra tudo ou vamos aceitar que estamos longes de ser semelhantes em algo e seguir em frente?
Mais uma vez, só me resta deixar o tempo se encarregar de dar-me as respostas que tanto procuro.


Texto por: Daniela P.
quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nós conseguimos vencer

Ele está na cozinha tomando uma xícara de café, com um ar preocupado e a testa franzida de sempre. Enquanto eu estou aqui, escrevendo todos os tipos de privações que tenho sofrido na esperança de me sentir mais aliviada.
Todo santo dia ele vinha até a mim, na mesma doçura de 18 anos atrás, dizendo: 
- Não esquenta, esses dias difíceis vão passar. Você vai poder ter tudo aquilo que quer e precisa. Eu não vou te deixar na mão, confia em mim e em Deus. Isso é só uma questão de tempo. Nós vamos vencer.
Nos primeiros meses eu tentava me manter positiva. Mas depois de quase um ano escutando a mesma promessa, sem ver muita coisa mudar, mantinha-me pessimista. Não queria malograr-me. Tentava apenas viver com os dois pés cravados no chão; encarando essa realidade difícil de engolir e aceitando as consequências que chegavam de trem bala. 
Às vezes quando tudo parece desmoronar sobre mim, só desejo parar o mundo por um segundo, que seria o tempo de fugir antes que algo me acerte. 
Não obstante, eu só deveria me manter forte, fingir uma sobriedade, sorrir e concordar com tudo que ele me dizia. 
Quem é ele? Bom, é meu pai. Sempre tentando ver o melhor de tudo e todos. A vida o fez confundir bondade e burrice e agora estamos colhendo os frutos.
Depois de tanta espera e momentos que ultrapassavam os limites da conformidade, recebi uma ligação que, ainda não mudou completamente minha vida, mas em breve irá. Só de mudar meu humor, já me dou por satisfeita. 
Agora passei a contar os dias para, derradeiramente, poder abraçar meu pai e dizer:
- Nós conseguimos vencer!


Texto por: Daniela P.