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sábado, 30 de abril de 2011

Baseado em fatos reais

Fazia alguns meses que ela, sempre antes de dormir, se imaginava com a presença dele. Um garoto mimado, que parecia necessitar sempre de atenção e carinho. Ela pensava que seria trágico. Mas felizmente, se surpreendeu. A humildade, a aparente tranquilidade, o sorriso de bom dia... iluminava toda a sala. 
Uma semana nunca passou tão rápido. E nunca aconteceu tanta coisa em uma semana. Desde gargalhadas, ao pranto. Desde o tapa na cara, até o cafuné. 
Ela ainda se lembrava do queixume que tomava todo o ar, no último dia. Descobriu que despedidas não são seu forte, mas são necessárias. Então, precisava se fazer forte.
O dia raiava e as malas já estavam prontas. O nó na garganta apertavam suas lágrimas. 
Ao final do destino dele, ela parou, o olhou e disse: "Obrigada pela paciência, pela consideração, pela amizade e por sempre estar do meu lado."
Ele disse: "Sempre vou estar."
E qualquer outra palavra era completamente dispensável, enquanto aquele abraço, parecia eternizar-se...
A mutualidade do choro se estendia.
Ela o deixou ir... 
Agora, novamente, só teria palavras para acreditar e alimentar aquele sentimento. Especificamente 3 palavras. As últimas palavras ditas.
Eu te amo.


Texto por: Daniela P.
quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não finja que já não me conhecia


É ingenuidade sua pensar que ainda sou a mesma que conheceu. É burrice nunca ler as cartas que te escrevo. Talvez agora, quando resolveu abrir os olhos, não teria se assustado a ponto de desaparecer lentamente, como fumaça, da minha vida. 
Me admira você que é tão difícil comigo e consigo mesmo, julgar-me complicada. Do fundo da minha alma, te juro que nos últimos meses tentei ser mais simples. E aquela menina dramática do início havia sumido. Talvez não tenha notado. 
Mas chega de promessas! Já percebemos que o famoso "pra sempre, sempre acaba", mas sempre continuamos brincando de ilusão. Brincando de irmãos. Brincando de donos da razão. Brincando de compreensivos. Brincando com fogo. Até perceber que estamos nos queimando cada vez mais. Sabemos que toda brincadeira é de mentira, puro fingimento pra arrancar umas risadas do outro e criar um mundo diferente daquilo que é real.
Mas a única realidade, é que somos boçais demais pra identificar os problemas e cortar o mal pela raiz; pra distinguir descontração de ofensa; carinho de grosseria; sinceridade de ressentimento.
Orgulhosos demais, pra mais uma vez, deixar as diferenças de lado.
Eu sou assim. Sempre me justificando. Sempre tentando achar uma explicação pra tudo. Enquanto você, nem sequer precisa de motivos pra deixar tudo pra trás.


"Eu comecei minha faxina. Tudo o que não serve mais (sentimentos, momentos, pessoas) eu coloquei dentro de uma caixa. E joguei fora." Caio Fernando



Texto por: Daniela P.
Foto: Carol C.
quarta-feira, 27 de abril de 2011

Amor e sofrimento...


...às vezes é difícil medir a diferença. Parece que, ambos estão dentro do mesmo pacote; enquanto eu procuro o amor ou o tenho, eu acho mais o sofrimento. Às vezes não consigo ser positiva como deveria ou gostaria de ser. 

É a lei da vida: a gente nasce, cresce, sofre, chora, cai, levanta, aprende, se arrepende, se apaixona, esquece, vive (...)
Toda e qualquer experiência é válida. Desde um relacionamento longo que foi desfeito com um não no pé do altar, até um final de semana decadente em que você foi encontrado no final de um beco num quase coma alcoólico. Os erros nos fazem mais fortes, não é isso o que dizem? Queria eu, dizer o mesmo.
Os pré-julgamentos me afundam num poço escuro. Ele é tão profundo, que mal conseguem ouvir meu choro. Ser lembrada por aquilo que você não quer ou não é, nunca será sinônimo de alegria ou satisfação. Mudar seus atos e pensamentos e querer que essa mudança seja notada é pedir demais das pessoas. E eu aprendi que, somente vale a pena esperar muito de quem você não conhece. Eles sim podem te surpreender e superar as suas expectativas. Do contrário, é decepção na certa. Foi aí que nasceu meu sofrimento. Há certos fatos em que não queria acreditar, mas não posso fechar os olhos para a verdade.
Eu, infelizmente ainda não aprendi a viver pra mim; fazer a felicidade nascer de dentro e amar no singular. Sou muito mais que uma só. Sou dependente do meio. Sou muito de muita coisa. Um pouco complexo, mas é assim que me sinto... 

Texto por: Daniela P.
segunda-feira, 18 de abril de 2011

Solidão

Venho me sentindo mais sozinha que o normal. Amor de família, carinho de amigos.... nada disso é mais suficiente pra suprir essa carência.
Um namoro, talvez? Um primeiro namoro. 
Só de pensar nessa palavra, me vem a mente todos os prós e contras, que acabam me levando a optar por um não. No fundo, sinto que é medo de me sentir acorrentada. Medo de mundos diferentes, de adaptações drásticas...
Na realidade, não me sinto a vontade com essa ideia.
Daí, volto ao "ficar sozinha". Sou mais inteligente solteira, mas, mais triste. Me pergunto se isso vale. 
O que me importa... a sobriedade ou a felicidade? pergunta difícil, resposta impossível. Relativo demais. Dependente demais do momento.
Então, frustro-me ao tentar achar alternativas para o meu "problema". A solidão tem um preço e eu estou pagando muito por isso. Estou sendo levada à falência. 
A solução anda fugindo de mim...




Texto por: Daniela P.
Foto: Vinicius Bomtempo.
quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sonhar é de graça


Faz mais de dezoito anos e ainda não achei minha vocação. Tento conciliar o que sei fazer com o que gosto, mas especialidade e desejo são muito divergentes. Sempre quis ser ser uma arquiteta renomada. Começar minha faculdade de arquitetura e urbanismo; ser precursora de uma grande obra popular e abrigar milhares de pessoas em boas instalações. Começar um projeto paralelo estilo Extreme Makeover; me sentir realizada ajudando as pessoas. Isto é o que sempre quis. Desisti só pelo fato da matemática me odiar e não ter o talento do desenho. Tempo depois me entreguei a idéia de fazer comunicação social. Minha paixão pela crítica, pela escrita e pela leitura talvez me ajudariam nessa nova jornada. Através do jornalismo ou do cinema, talvez poderia denunciar e criticar tudo aquilo que sou contra. Mas o português interrompeu meus sonhos. Gostar das palavras não basta. Fui negligente a ponto de considerá-lo fácil e só depois puder perceber que poderia ter me dedicado mais e de verdade. 
Já passou pela minha cabeça, serviço social, ciências sociais, e através da sociologia me envolver na política. Mas, aonde meu gosto pela moda de encaixaria? 
Já pensei em fotografia, relações públicas e internacionais. Já tentei escolher uma carreira pelo salário inicial. Mas me convenci que ser movida pela paixão me levaria muito mais longe.
Me apaixono por graduações inexistentes todo o tempo. Mas e daí? Sonhar é de graça.

Texto por: Daniela P.
quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um trecho, uma homenagem

Pedro sempre sabia a coisa certa a falar.
Era bem articulado, inteligente, carismático e cauteloso.
Sempre foi conhecido pelo seu admirável caráter, mas desprezava aplausos e elogios
(na verdade, ele nunca soube lidar com isso de maneira espontânea e natural).
Tinha um olhar penetrante, por vezes triste, enigmático,
que me fazia querer desvendar seu lado misterioso.
Era difícil de agradar e quando mais você tentasse, menos você conseguia.
Nada de forçar simpatia, ele preferia o "deixar acontecer".
Ele possuía uma alegria fingida e cativante simultâneamente...
me enganou diversas vezes, mas um tempo depois não conseguiu esconder de mim
o conflito que seu espírito vivenciava; os medos, a dor, a indecisão,
que estavam mergulhados no desconhecido, sempre a procura de algo.
Eu o considerava confuso demais, porém, eu o entendia.
Na minha concepção, o que faltava em sua vida era amor 
e isso eu estava disposta a conceder-lhe, mesmo sem ele pedir...
mesmo sem saber se era realmente isso que ele queria (...)



Outro texto dedicado à você! Não canso de demonstrar o quanto me importa, o quanto te amo e te quero por perto...
Com carinho, Dani.
segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bullying: assunto de vida ou morte?

O título começa com uma pequena ambiguidade, mas acho que conseguem entender o que realmente quis adiantar...



Ultimamente nos deparamos com muitas notícias envolvendo crianças que praticam o Bullying; as que sofrem com este ato e as que terrivelmente são vítimas de um assassinato em massa inesperado, como acompanhamos no caso da escola municipal Tasso da Silveira, por um homem que supostamente sofreu esse tipo de agressão durante sua infância e adolescência.
Ora, é fato que essa prática de intimidação promove uma certa tensão psicológica... não sou especialista no assunto e nem possuo amplo conhecimento sobre. Porém, no meu ponto de vista, não podemos permitir que isso seja um meio de justificação para atos hediondos cometidos constantemente nos ambientes educativos. 
Caso contrário, devemos temer que toda vítima de bullying possa se tornar um assassino, um estuprador ou algum tipo de agressor? Esse assunto está se tornando um caso de vida ou morte?
Há tempos que acossamentos, assédios e ameaças acontecem. 
Existem tipos de ajuda pra isso. Para quem queira parar de ser perseguido e para quem teve estigmas que precisam ser curados. 
Só não recebe ajuda, quem não quer ser ajudado.
Só se torna um mal à sociedade, quem não quer superar seus problemas e seus medos. Quem tem pena de si mesmo e quem quer que outros sintam pena também. 
Vamos lá, quem durante a infância nunca foi alvo de zuações pelos amigos? Eu por exemplo, sempre tive azar quanto a isso. Tive mil e um apelidos e odiava cada um deles com todas as forças. Gritava, chorava, batia o pé no chão. Meus defeitos e fraquezas eram expostos. Tive uma adolescência conturbada, fiquei insegura. 
Todos um dia já foram vítimas da hostilidade e preconceito de algum colega de turma, de trabalho, na vizinhança ou até dentro da própria casa. Mas ninguém deve justificar qualquer tipo de delito, alegando que problemas no passado o fizeram tomar atitudes precipitadas.
Pra isso, há solução. Se existe algum tipo de dor reprimida, ela pode ser trabalhada psicologicamente e na mais grave das hipóteses, psiquiatricamente. 
O que não tem solução, é conceder vida novamente, àquele que recebeu a morte inesperadamente.


Texto por: Daniela P.
sexta-feira, 8 de abril de 2011

A verdade, como não deveria ser

Começo a me questionar se conseguirei ter uma vida. Sabe, aquele sonho comum de criança de um dia poder casar, formar uma família com uns 2 filhos, ter o emprego que sempre quis e viver feliz pra sempre?! Pode soar como contos de fada, devido ao "feliz pra sempre" (é melhor mesmo eles estarem entre aspas). Mas foquem-se ao conceito do sonho.
Eu ligo a TV e vejo tanta violência, que prefiro desligá-la e viver alheia ao mundo. Crianças sendo mortas, filhos matando seus pais, maridos matando suas esposas, homens matando seus chefes. Motivos gerais: dinheiro, amor e ódio. Percebam aí, a grandiosidade do amor! Percebam, que é capaz de atrocidades, tanto quanto os outros motivos citados.
E eu vejo isso na TV crescendo cada vez mais. Queria eu poder achar que é puro sensacionalismo pra vender jornal ou ganhar mais audiência. Mas basta olhar ao redor e verá que a verdade dói. Prefiro fechar os olhos. Fingir que estou segura. Nesse momento, a religiosidade ajuda a concretizar meus desejos.
Daí, volto pra minha infância e vejo que não tinha preocupações como essa. Vivia no meu mundo e era feliz lá. Quem dera ser criança novamente e me imaginar ser um tipo de super-heroina e todos os problemas estariam resolvidos. Simples assim. 
Quem dera algumas crianças tivessem oportunidade de viver, até aonde já vivi.
Me questiono se aquele amor magnificente, genuíno, ainda existe no mundo.
E se existe, anda brincando de esconde-esconde por ai...


Texto por: Daniela P.
domingo, 3 de abril de 2011

Coragem, inspiração, admiração

Não tenho muita paciência pra ler prosas que retratam a vida sertaneja ou o cotidiano de retirantes fugindo da seca. Só a linguagem presente em textos como este, exigem muito da minha capacidade de entender determinadas palavras, próprias da região.
Pouco sei de literatura.
Muito admiro quem teve e tem a coragem de escrever sobre o que se sente, o que se vive, o que se observa, o que se imagina.
Coragem sim, de estar sujeito a críticas e elogios. Críticas podem ser muito pesadas e elogios muito vagos. Como também podem ser insensatas e inspiradoras, respectivamente.
Pra mim, pouco basta. 
Se possuir um leitor apenas, isto me fará prosseguir. 
Se encontrar alguém que se identifique, terei meu trabalho como feito.
E no final do dia, meu último suspiro será de satisfação.
Escrever é aprender consigo mesmo. Escrever, significa que algo ou tudo ao seu redor o inspira. E que mundo seria este, se não fosse inspirador? 
Acordar, abrir as cortinas, deixar os raios solares tomarem todo o quarto...
Me deparo com grande inspiração a vir escrever. "Obrigada a acordar cedíssimo para apagar as estrelas que a noite acende com medo do escuro (...)", disse Jorge Amado. Pense no que o inspirou... impossível não admirá-lo!
Impossível não querer ter a mesma sensação se satisfação que ele certamente teve ao escrever.
Escrever é minha paixão! Coragem, é o que tenho de melhor.
Isto, também, me fará prosseguir.


Texto e foto: Daniela P.