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domingo, 14 de agosto de 2011

Para o melhor pai do mundo...

Apesar de tudo que será escrito a seguir, sejam verdades incontestáveis, me desculpo antecipadamente por esperar o dia de hoje pra dizê-los, ainda que o mesmo tenha um caráter relativamente mais especial que os outros dias...


A pior parte de ter de crescer, é esquecer pequenos gestos praticados demasiado quando crianças. Gestos no qual são essenciais para a nossa existência em potencial. Não sei com os outros filhos, mas os anos vieram e levaram consigo atitudes vitais, que deveriam ser praticadas por mim até o presente momento. E são. Mas em silêncio. 
Demonstrações de carinho se perderam em estações intermediarias entre a vergonha e a ausência de espontaneidade. Sejam eles abstratos ou físicos.
Se acomodaram, se dissiparam, se esqueceram, se perderam. Despertaram, voltaram, cresceram, aconteceram.
Aos poucos, mas insuficientes.
Quantas vezes os gritos foram mais altos, os choros mais constantes, às portas fechadas. Lembrados com mais frequência que os raros beijos. Raros abraços. Raros bom-dias respondidos no mesmo timbre e entusiasmo. Raros almoços e jantares juntos à mesa. 
Lembro-me de diversas vezes que saiu e, ao demorar a retornar, tive meu sono ou paz interrompida. Tenho aptidão para imaginar o pior. Descobri que é hereditário. Uma doença chamada superproteção, conhece? 
Mesmo sabendo que às vezes protegendo demais a gente desprotege. Mas você nunca entenderá isso. Sobretudo sempre haverá alguém preocupado com a minha segurança. E com o meu futuro, com o meu conforto, com a minha sanidade, com o meu humor, com o que eu comi no café-da-manhã. E sempre vai perguntar se eu preciso de algo. Mesmo tendo um valor inestimável, sei que não descansaria até conseguir... e dormiria pensando em alternativas estratégias planos metas. E perderia o sono. No dia seguinte viria com palavras boas, fazendo valer o crédito. 
Eu posso perder a fé, mas você jamais perderia.
E constantemente me lembra das promessas que fez. E que vai cumpri-las.
A minha retribuição é, majoritariamente, sendo grossa, sem te olhar nos olhos, desmerecendo todo teu esforço em me fazer feliz.
Se há alguma forma digna de me desculpar por absolutamente tudo, o faço agora.
Saiba que te tenho como exemplo de vida por ter passado por tanta dificuldade sem quase nenhuma assistência. Perder tantas pessoas e coisas e ter que recomeçar tantas vezes, exige muita coragem e diligência. Algo que aprecio muito em você.
Aliás, o começo das muitas coisas que admiro em você, Senhor Luiz!
Eu te amo!
Feliz dia dos pais!

Texto por: Daniela P.

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