Copyright © Uma longa história...
Design by Dzignine
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Qualquer um

A reclamação é antiga, mas continua vigente: mulheres se queixam de que não há homem “no mercado”. Acabo de receber um e-mail da minha prima que está participando de um grupo de mulheres de 35 anos que são independentes, moram sozinhas, trabalham, falam idiomas, são vaidosas e temem não haver tempo para formar a própria família.
E no final da mensagem, descubro uma pista para a solução do problema: “Apesar de o relógio biológico estar nos pressionando, não queremos procriar com qualquer um. Queremos um cara bacana para ir no cinema, almoçar no domingo e viajar nos finais de semana.”
CLARO, QUEM NÃO QUER?
Não há problema nenhum em ser exigente, em querer uma pessoa que seja especial. O que me deixa intrigada é que há mais probabilidade de você encontrar “qualquer um” do que um deus grego com um crachá escrito “Príncipe Encantado”. Então me pergunto: as mulheres estarão dando chance para que este “qualquer um” demonstre que está longe de ser um qualquer? Sou capaz de apostar que a maioria das mulheres no primeiro papo, já elimina o candidato, e quase sempre por razões frívolas. Ou porque o sapato dele é medonho, ou porque ele gosta de pizza de estrogonofe com banana, ou porque ele só assiste filme japonês, ou porque o carro dele é um carro do ano. Do ano de 1987.
Imagina se você, proveniente de uma família estruturada, com padrões de bom gosto,
qualidades encantadores, vai se envolver com este... com este... com este sei-lá-quem.
Pois o “sei-lá-quem” pode ser sim um cara bacana que vai te levar para almoçar no domingo, mas você tem que dar uma mãozinha. Recolha o seus pré-julgamentos, dê umas férias para seus preconceitos, deixe seu orgulho de lado e saia com ele três, quatro vezes, até ter certeza de que o sapato medonho vem acompanhado de um caráter medonho, de um mau-humor medonho, de uma burrice medonha. Porque se o problema for só o sapato e a pizza de estrogonofe, ele não há de ser tão inflexível.
Aliás, e você? Garanto que também não sai pra rua com uma camiseta piscante anunciando “Mulher Maravilha”. Ele também vai ter que descobrir o que há por trás da sua ficha estupenda. Vai que ele implica com as três dezenas de comprimidos que você ingere por dia, com a sua recusa em molhar o cabelo no mar, com sua fixação por telefone ou com seus sutiãs do ano. Do ano de 1991.
Esta coisa chamada de “história de amor” requer um certo tempo para ser 
construída, e as que dão certo são aquela vividas com paciência, com espírito 
aberto e geralmente com QUALQUER UM que consiga romper nossas defesas e nos 
fazer feliz.


Texto por: Beatriz G.

0 comentários:

Postar um comentário