Copyright © Uma longa história...
Design by Dzignine
segunda-feira, 20 de junho de 2011

Instabilidade

Dizem que a rotina perfeita seria aquela que você acordaria ao meio dia e teria o dia 
inteiro pra si; sem responsabilidades e afazeres, apenas deitado, comendo sorvete e pipoca, assistindo aquela maratona da série que você adora. 
Se eu dissesse, que isto é extremamente chato, você acreditaria?
Bom, eu passei um mês tentando ser feliz assim, depois caí em uma profunda frustração. 
Vi e vejo a vida de todos meus amigos passando e eu aqui, vendo tv e twittando as coisas que odeio e não faço nada para mudá-las. Falo o quanto a minha vida é injusta e o quanto poderia me alegrar de verdade se tivesse aquela coleção inteirinha street wear da 2nd floor.
Meus pais foram alvos das mais temíveis acusações sobre não se importarem com o meu futuro. E nem com as lágrimas maternas eu me compadecia de tamanha monstruosidade que estava cometendo. Os gritos eram constantemente mais altos. Preparava minha mochila e ia pro meu atual refúgio - o lar de um amigo de infância - , fugida das atrocidades que fiz sem pensar, nem por um momento, se estava sendo justa. 
Afinal ninguém tem culpa da infelicidade ter se tornado uma característica minha e não apenas um sentimento transitório.
Um abraço, um sorriso e um sincero pedido de desculpas até consertavam as coisas depois. Mas tenho certeza que isso jamais apagará da memória daqueles que me geraram, o ódio estampado no meu rosto e todas aquelas palavras de reprovação. Já assumi pra mim mesma o fracasso que sou. Uma vez como filha, como amiga, como romântica, como tudo. 
Passo noites insones me perguntando o porquê dessa raiva e desse desprezo, justamente contra pessoas de cujo amor, nunca duvidaria que não fosse legítimo. Por que às vezes sou esse mostro em forma de gente e cadê meu auto controle?! 
Parece que a boa educação que recebi, foi tomar um porre por aí, porque não aguentava mais o meu drama. E nunca mais voltou.


"Eu posso ser uma idiota das grandes, posso me fechar como já não se faz mais, posso ser a criança mais temperamental e você nunca conhecerá alguém tão negativo como às vezes eu sou. (...) Eu culpo todas as pessoas, menos a mim mesma. Minha passiva agressividade pode ser devastadora. Eu sou assustada e desconfiada e você nunca conheceu alguém tão fechado quanto às vezes eu sou."        Alanis Morissete


Texto por: Daniela P.

0 comentários:

Postar um comentário